terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Reflexão

Uma vez um Rei chamou a todos os sábios da corte e disse:

- Mandei fazer um precioso anel com um diamante em um dos melhores ourives da zona. Quero guardar oculto dentro do anel alguma mensagem que possa me ajudar nos momentos de desespero total. Ima mensagem à que eu possa acudir nos momentos de desesperação e desorientação. Eu gostaria que essa mensagem ajude, no futuro, aos meus herdeiros e aos filhos de meus herdeiros. Tem que ser pequena de tal forma que caiba debaixo do diamante do meu anel".
Todos aqueles que escutaram os desejos do Rei eram grandes sábios, eruditos que poderiam haver escrito grandes tratados... mas pensar em uma mensagem que contivesse duas ou três palavras e que coubesse debaixo do diamante de um anel? Muito difícil. Mesmo assim pensaram e buscaram em seus livros de filosofia por muitas horas sem encontrar nada que se ajustasse aos desejos do poderoso Rei.
O Rei tinha muito próximo dele um servente muito querido. Este homem havia sido também servente de seu pai e havia cuidado dele, quando sua mãe morreu. Era tratado como se fosse da família e gozaba de um enorme respeito de todos.
O Rei, por esses motivos, também o consultou. E este servente lhe disse:
- "Não sou um sábio, nem um erudito, nem um acadêmico, mas conheço a mensagem".
- "Como vc sabe?" perguntou o Rei
- "Durante minha longa vida no palácio, me encontrei com todo tipo de gente e, um dia, encontrei um místico. Era um convidado de seu pai e eu estive a seu serviço. Quando nos deixou, eu o acompanhei até a porta para despedi-lo e como gesto de agradecimento me deu esta mensagem".
Nesse momento o servente escreveu em um papel minúsculo a mencionada mensagem. Dobrou o pepel e o entregou ao Rei.
- "Mas não o leia - disse. Mantenha-o guardado no anel. Abra-o somente quando não encontre saída para uma situação". 
A tal situação não demorou muito a chegar. O país foi invadido e o Rei perdeu o reino.
Estava fugindo a cabalo para salvar sua vida enquanto seus inimigos o perseguiam. Ele estava só e os perseguidores eram numerosos. De repente, chegou a um lugar onde o caminho se acabava e frente a ele havia um precipício e um profundo vale. Cair por ele seria fatal. Não podia voltar atrás porque o inimigo lhe fechava o caminho.
O Rei podia escutar o trotar dos cavalos, as vozes, a proximidade do inimigo.
Foi então, quando o Rei se lembrou do anel. Tirou o papel, abriu e ali encontrou uma pequena mensagem tremendamente valiosa para o momento.
Simplesmente dizia: "ISTO TAMBÉM PASSARÁ". 
Foi nesse momento que ele percebeu que havia um enorme silêncio. Os inimigos que o perseguiam devia ter-se perdido no bosque, ou poderiam ter-se perdido no caminho. A verdade é que o rodeou um enorme silêncio. Já não se ouvia o trotar dos cavalos. O Rei se sentiu profundamente agradecido ao servente e ao místico desconhecido. Essas palavras tinham sido milagrosas. 
Dobrou o papel e voltou a guardá-lo no anel, reuniu novamente seus exércitos e reconquistou seu reinado.
No dia em que entrava novamente vitorioso em sua cidade, houve uma grande celebração com música e dança... e o Rei se sentia muito orgulhoso de si mesmo.
Nesse momento, novamente o servente estava ao seu lado... e foi quando lhe disse:
- "Apreciado Rei, chegou o momento de ler outra vez a mensagem do anel".
-  "O que vc quer dizer?" - perguntou o Rei. "Agora eu estou vivendo uma situação de euforia, as pessoas celebram meu retorno, nós vencemos o inimigo".
- "Escute - disse o servente - esta mensagem não é unicamente para situações desesperadas. Também é para situações prazerosas. Não é só para quando vc é o último; também é para quando vc é o primeiro".
O Rei abriu o anel e leu a mensagem: "ISTO TAMBÉM PASSARÁ" e novamente sentiu a mesma paz, o mesmo silêncio no meio da multidão que celebrava e dançava. Mas o orgulho, o ego, havia desaparecido.
O Rei então pode terminar de compreender a mensagem. O mal era tão transitório como o bem.
Então o servente lhe disse:
- "Lembre-se que tudo passa. Nenhum acontecimento nem nenhuma emoção são permanentes. É como o dia e a noite. Há momentos de alegria e momentos de tristeza. Aceite-os como parte da dualidade da natureza porque a natureza é as duas coisas.

Autor desconhecido













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